Porto VIII | Torre dos Clérigos

Esta é uma versão da Torre dos Clérigos um pouco cinzenta, pouco vistosa mas nem assim menos curiosa. A versão tristonha vem na sequência de um dia que se quis mostrar cinzento, o mesmo dia em que nos propusemos a subir os 240 degraus dos Clérigos para conhecer a maravilhosa vista que se costuma ter de lá de cima. Não se deixem enganar; um dia cinzento não é um dia feio. E a vista lá de cima, do topo dos Clérigos, também não é menos bonita por ser um dia cinzento. Mas eu cá, confesso, queria ter ido num dia livre de nuvens. Ficará para a próxima (...)











A Torre dos Clérigos é uma obra que data do século XVIII e foi obra de Nicolau Nasoni, um arquitecto italiano nascido na Toscana cujo trabalho foi maioritariamente desenvolvimento em Portugal, particularmente no Porto.






No seu estilo barroco, esta torre sineira domina o centro antigo do Porto e é passagem obrigatória para quem pretende ter um olhar diferente sobre a cidade. O olhar diferente passa por uma vista panorâmica sobre a cidade e sobre o Douro, vista essa que se torna possível assim que atingirmos os seus 75m de altura, ao subir os 240 degraus até ao topo.







A subida é particularmente difícil, não por questões físicas, mas sim por questões de dimensões mínimas que, naturalmente, não foram pensadas para tantos turistas ao mesmo tempo. Os 240 degraus acabam por não se notar dadas as paragens (quase) obrigatórias que temos de fazer para dar prioridade aos turistas que descem. Para facilitar ainda mais, existem salas com histórias e exposições relativas à Torre que surgem no meio da subida. E janelinhas. Tantas! Sou particularmente encantada em tirar fotografias a janelas  - sei lá eu porquê! - e a Torre está cheia delas, por todo o lado. Através destas janelinhas percebemos mais ou menos a que altura estamos e, claro, não nos sentimos claustrofóbicos (embora as janelas sejam mesmo muito pequeninas).




Mas agora - e porque já não era sem tempo - a real vista. Lá de cima vê-se quase tudo. Maldito nevoeiro que não nos permitiu ver mais além. Ainda assim, e porque não podia ser de outra forma, ficámos encantadas. Ouviam-se suspiros em todas as línguas, tamanha era a variedade de nacionalidades no topo da Torre, e eu aposto que sou capaz de os ter entendido tão bem como se fossem em português.




Estava um frio que nem vos quero precisar. Um vento incontrolável. Uma chuva miudinha irritante. E tanta gente. Queria ter ficado por lá mais tempo, se o tempo e a quantidade de turistas fosse mais suportável mas (...) enfim.





Descemos um pouco mais rápido do que subimos porque o tempo estava cada vez pior e penso que muita gente tenha desistido de subir mas, ainda assim, não foi fácil, nada disso! O facto de serem 240 degraus não é o problema; o problema, amigos, são os degraus serem consideravelmente desconfortáveis de subir. O que é que se podia esperar de uma torre sineira do século XVIII? Contudo, uma coisa posso garantir: vale a pena! Mesmo num dia de nevoeiro intenso como este.




Aos que já se aventuraram, a experiência foi mais solarenga do que a minha? Suponho que a vista seja bem mais feliz, right? Aos outros, os que ainda não se aventuraram nestes 240 degraus, façam-no. Esqueçam lá os degraus. Lá em cima é que é a valer. Levem uma câmara e registem. Há que registar sítios bonitos, afinal, é também isso que faz reaparecer a vontade de voltar a um local que gostámos muito, certo?

Para amanhã a partilha é mais contida: um olhar pela Avenida dos Aliados e a uma chocolataria simpática na Rua das Flores. Curiosos?

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