Porto I | Piscinas das Marés

O tão desejado regresso ao Porto aconteceu no passado fim-de-semana e, felizmente, desta vez há muito mais para relatar. Já havia referido por aqui quão feliz estava e que, desta vez, para além da vertente turística, haveria uma vertente mais arquitectónica (se é que alguma vez as conseguirei separar).

Como companhia, tive colegas de Erasmus o que foi no mínimo engraçado uma vez que, tirando os organizadores da viagem, éramos apenas duas portuguesas. A viagem foi, por isso, inesquecível e sei que mesmo assim deixei coisas por ver. No entanto, desta vez já tinha a minha máquina fotográfica e pude registar o Porto como quis, sempre que quis. 

Havia um plano elaborado pela FA-International, os organizadores da viagem, e o primeiro dia incluía a visita às Piscinas das Marés, à Casa da Chá da Boa Nova, e à Faculdade de Arquitectura do Porto. Há muito por dizer em cada um deles e, para além disso, existem depois mais dois dias a relatar. Deste modo, para já, falemos apenas das Piscinas das Marés, em Leça da Palmeira.

Para nossa desilusão, as Piscinas das Marés não tinham marés nenhumas. O período de funcionamento terminara há sensivelmente uma semana. Uma pena. Não podiam ter esperado só mais uns dias? De qualquer modo, não nos desiludimos com a arquitectura. Afinal, quando é que o Siza desilude?

O projecto é da década de 60, do período em que Siza fez os seus primeiros projectos. Disse-nos o arquitecto que nos guiou nesta obra, que o intuito de Siza era não perder de vista a linha do horizonte. E fê-lo, com os seus habituais detalhes. Para começar, o edifício está rebaixado relativamente à rua para que nos seja possível olhar por cima dele e contemplar então o horizonte. Já dentro do edifício, há uma relação de escala e uso que não nos deixa esquecer de olhar por cima, mesmo quando estamos cercados pelas paredes.




Percorrendo o interior e deixando para trás a parte dos vestiários, somos convidados a percorrer um corredor exterior que nos leva ao encontro das Piscinas propriamente ditas. Ei-lo, no seu grau mais agudo (não, não faz um ângulo recto, mesmo que a fotografia quase sugira isso).





Enfim, as Piscinas. Duas. E as duas de água salgada. Uma, é dos pequenos, a outra, dos crescidos. São de uma arquitectura tal que se integram e adaptam ao seu envolvente tão natural. É, assim, uma prova de que a arquitectura se pode adaptar. 

Uma curiosidade: o fundo das piscinas não é pintado de azul como estamos habituados a ver porque o azul dá um ar demasiado artificial à cor da água e, por isso mesmo, Siza contornou esse ar artificial pintando o fundo de branco - reflecte o azul do céu e dá um tom natural à água.












Por fim, o adeus sem ter visto Marés. Mais hei-de voltar. Dessa vez, para mergulhar.

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