Na costa do castelo

No Castelo de São Jorge. Um outro sítio a riscar da lista, que aos poucos se vai realizando - mas sem assim diminuindo. O núcleo arqueológico do Castelo de São Jorge recebeu - há já algum tempo - uma intervenção por parte do arquitecto João Luís Carrilho da Graça com o objectivo de musealizar as ruínas descobertas em 1996. Assim se deu um pretexto para visitar pela primeira vez o Castelo.

















Apanhámos o autocarro 737 na Praça da Figueira e lá fomos visitar a obra que vem já do século XI, erguida pelos muçulmanos e que é ainda hoje uma obra fantástica. Eu cá sou suspeita - que sítios altos têm sempre outro encanto para mim -, mas ainda assim há que perceber a existência de toda uma história entre aquelas (agora) onze torres, perceber o ambiente cortês que ali se respirou e que mais tarde deu lugar a um ambiente militar mais rígido. Perceber ainda que aquilo que vemos hoje não é, desde 1755, a sua realidade inicial, mas sim o que sobra dela. E há que apreciar o que sobra, saber ver de fora para dentro e de dentro para fora - e lá fora há a nossa linda Lisboa.














A entrada no Castelo é feita num jardim que desde logo nos convida a chegar ao outro lado - o lado do miradouro. Não sem antes passar pela estátua de D. Afonso Henriques, que em 1147 conquistou Lisboa e conferiu ao Castelo um "período áureo e de espaço cortesão". A estátua d'O rei. Mas a chegada ao miradouro é qualquer coisa de extraordinário - como aliás em todo e qualquer miradouro que Lisboa possua - e esta vista, ou esta cidade, o que quiserem, nunca desilude.












E percorrendo o castelo, subindo e descendo as torres, parando aqui e ali para apreciar os espaços, há sempre uma vista lá para fora que não pode passar indiferente. Vistas cujos enquadramentos parecem ter sido estrategicamente pensados já naqueles tempos para podermos apreciar a capital no século XXI. Não foi, é certo. Mas é Lisboa! É sempre bonita.





A Juca.






























A sugestão da Carolina, que pisava o Castelo já pela segunda vez, foi desde início a Câmera Obscura. E pelo meio da visita encontrámos o tal ponto de encontro. Trata-se de uma sala escura com uma mesa tipo parabólica que recebe projecções de Lisboa através de um sistema óptimo gigante composto por espelhos e lentes. É possível ver a cidade em tempo real e a 360º, sem qualquer exagero.





A Carolina.


















Enquadramentos em cada canto deste Castelo. Janelas e contra-luz. Toda uma felicidade para mim, que adoro estes pormenores.




















E por fim, o motivo da nossa visita - e o timing perfeito para ficar sem bateria, achou a minha máquina. Trata-se de uma intervenção que não é vista por todos com os melhores olhos porque, afinal, trata-se de uma intervenção num núcleo arqueológico com a finalidade de proteger as ruínas. Vendo para lá desse facto, a intervenção em nada prejudica o local; pelo contrário, confere-lhe até mais visibilidade. Mas uma vez mais sou suspeita, porque estudo arquitectura.



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